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Transformação Digital no setor de energia: o pilar para um novo modelo de negócios

A eficiência energética dá o tom dos esforços sobre Transformação Digital no setor de energia. Mas esse é apenas o início.


Sob a iminência de crescimento da demanda por energia no país nos próximos anos, o assunto principal que movimentou o setor tornou-se a eficiência energética. Mas para atingir este objetivo, há uma combinação de variáveis específicas e fundamentais na indústria de energia que precisam ser conciliadas.

Siga com a gente até o final do artigo e saiba como integrar essas variáveis e conduzir o processo de transformação de forma efetiva na sua empresa!

O status da Transformação Digital no setor de energia


De acordo com o Ministério de Minas e Energia, até 2050 a demanda energética no país crescerá em torno de 3,3 vezes. A informação está no Plano Nacional de Energia 2050, documento que contém 64 cenários para o futuro do segmento, que levam em conta pilares como segurança energética e sustentabilidade socioambiental.

O movimento de transformação digital no setor de energia é guiado por fatores como a enxurrada de dados disponíveis no setor elétrico, a automação robótica de processos e uma preocupação com a segurança da informação, principalmente durante o processo de digitalização da infraestrutura de sistemas e subestações. 

A meta? Reduzir os custos operacionais no processo de produção de um volume maior de energia, além de minimizar os recursos empregados na atividade.

A pauta da transformação digital no setor de energia está diretamente associada aos chamados 3Ds: 3 movimentos que vão reger as ações no setor nos próximos anos.

  • Descentralização, pois a iminente abertura do mercado empodera os autoprodutores e propicia a expansão das matrizes energéticas, “democratizando” o processo de produção e comercialização de energia.
  • Descarbonização, pois o combate às acentuadas mudanças climáticas em escala global apontam para a necessidade de uma transição para matrizes renováveis e sustentáveis, convergindo para a preservação dos ecossistemas. 
  • Digitalização, porque a tecnologia será um elemento crucial para a consolidação de soluções avançadas que corroboram para a eficiência energética, envolvendo Inteligência Artificial e análise preditiva, além de IoT, smart grids e Blockchain.

E quais são os riscos envolvidos nesse processo?

Quanto maior a necessidade de modernização do parque tecnológico, naturalmente maior o risco envolvido no processo. E não tem segredo: mudanças desta magnitude significam incorrer em riscos (como todo processo de inovação).

Não há uma fórmula para eliminar totalmente estes riscos, mas estar em conformidade com os 3Ds, investigar os efeitos das novas tecnologias em mercados mais maduros e avaliar a incorporação delas na própria operação são tarefas cruciais para mitigá-los.

A necessidade urgente da Transformação Digital

Diversos aspectos sinalizam para a urgência do processo de transformação digital no setor de energia. E agora não estamos falando exatamente sobre tecnologia, afinal, nem só de maquinário vive a transformação digital.

Alguns desses aspectos são medidas consensuais de combate às mudanças climáticas, como os movimentos em prol da sustentabilidade, que têm resultado na expansão das matrizes energéticas no Brasil e no mundo.

Há também pressões econômicas exercidas por investidores do mercado financeiro, que impulsionaram a adoção dos princípios ESG, que estão inaugurando uma nova ética nos negócios e agregam valores ambientais, sociais e de governança corporativa.

Por fim, a pandemia também evidenciou uma verdade inconveniente: o ritmo do processo de transformação das empresas (em geral, não apenas no setor de energia) estava aquém do necessário para assegurar a manutenção da performance dos negócios em tempos turbulentos. E há um exemplo simples que ilustra bem a situação.

As medidas de distanciamento social durante a pandemia trouxeram dificuldades na verificação dos medidores de energia nas residências. O problema? Falta de tecnologia: o funcionário precisa ir pessoalmente de casa em casa.

A situação exigiu cobranças excepcionais, como a tarifação pela média do consumo nos últimos 12 meses e o incentivo à auto-leitura via aplicativo. E ainda que aprovada pela ANEEL, especialistas criticam a medida e recomendam a modernização dos medidores, com soluções em telemetria, além de revisão das políticas tarifárias.

Qual é o papel dos dados para os objetivos do setor?

Os dados — assim como as tecnologias emergentes — estão cada vez mais inseridos nos negócios, em uma simbiose que se retroalimenta. Essa dupla ainda será, respectivamente, matéria-prima e combustível para alguns dos maiores avanços que veremos na energia global.

Tecnologias como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Blockchain, telemetria e as smart grids dão o tom sobre a necessidade do investimento em inteligência e governança de dados para atingir o máximo de eficiência em soluções energéticas.

Mas quando se trata de dados, precisamos falar sobre segurança da informação. Com o volume de dados circulando no setor de energia, é preciso ter atenção redobrada para quaisquer vulnerabilidades nos sistemas, protegendo-os de possíveis ataques cibernéticos.

Em 2018, um estudo do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), estimou déficit da ordem de R$ 5 milhões a cada minuto de interrupção no fornecimento de energia elétrica; R$ 303,8 milhões a cada hora; e R$ 7,29 bilhões por dia.

Os dados acima não estão diretamente relacionados à cibersegurança, mas nos dão ideia do prejuízo causado por paradas oriundas de ciberataques. Dessa forma, a segurança da informação será fator imprescindível para o sucesso da migração para o digital e a manutenção da saúde dos sistemas elétricos.

Qual é o futuro do setor?

O que podemos esperar do futuro do setor de energia? Bem, como afirmamos mais cedo neste artigo, podemos dizer que ele será distribuído, descarbonizado e digital.

Há uma reforma energética global acontecendo neste exato momento, em direção à transição para matrizes mais limpas e renováveis. E uma vez que este processo de transformação digital no setor de energia está em curso, não há outra alternativa: é adaptar-se ou adaptar-se.

No âmbito nacional, você certamente está acompanhando as notícias acerca da gradual abertura do mercado livre de energia e a ascensão dos prosumers. Isso quer dizer que antes da metade da década, teremos uma dinâmica de produção e distribuição de energia totalmente nova, além de sistemas mais inteligentes — e diferentes dos atuais. 

Fato é que esta nova modalidade substituirá o tradicional modelo de negócios das concessionárias de distribuição de energia elétrica, exigindo soluções que envolvem:

  1. a digitalização da rede de energia.
  2. um modelo de governança de dados, com a implementação de tecnologias de monitoramento e controle.
  3. a elaboração de políticas relativas à cibersegurança.
  4. plano de gestão das mudanças organizacionais e culturais.
  5. soluções de redução da intermitência da energia renovável.
  6. modernização da legislação/regulações.

Além, é claro, de um diálogo frequente entre iniciativa privada e gestores públicos, para conciliar os objetivos das cidades e empresas.

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