Segurança alimentar: entenda o que é e a sua importância
O conceito de segurança alimentar não é novo, mas vem evoluindo com as transformações mundiais. Entenda sua importância e o papel do nosso país nesse contexto.
O mundo todo passa por transformações cada vez mais rápidas e significativas – e o mesmo ocorre com a segurança alimentar.
Se, antes, esse conceito conectava-se diretamente com a garantia de acesso ao alimento, hoje precisamos incluir outras variáveis na balança.
A tecnologia e o avanço do agronegócio surgem como formas de garantir a segurança alimentar e diminuir os índices de fome e escassez de alimentos.
Por outro lado, a degradação dos solos, o aquecimento global, a escassez hídrica, a poluição e a explosão demográfica aparecem como os grandes vilões para o agravamento da fome mundial.
A segurança alimentar, hoje, é pauta da ONU (Organização das Nações Unidas). Através dos chamados ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), o órgão visa acabar com todas as formas de fome no mundo.
Neste post, abordamos a segurança alimentar em suas diversas facetas: desde o conceito, que vem evoluindo, até o papel do agronegócio e do Brasil nesse cenário.
Acompanhe!
O que é segurança alimentar?
Segurança alimentar é a garantia permanente de acesso a uma alimentação saudável e completa, nutricionalmente falando, a todas as pessoas.
Em outras palavras, segurança alimentar é proporcionar, em todos os momentos, os acessos físico, social e econômico permanentemente a alimentos nutritivos, seguros e em quantidade suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais.
Mas esse não é um conceito que surgiu recentemente. Inclusive, acreditamos que você já tenha ouvido falar em segurança alimentar. Essa não é uma ideia exatamente nova – até porque, desde que o mundo é mundo, existe fome e insegurança alimentar.
O termo “segurança alimentar” apareceu pela primeira vez – não por acaso – após o fim da Primeira Guerra Mundial, na Europa. Isso aconteceu porque, após uma guerra, ficou claro que um país poderia facilmente dominar e vencer o outro restringindo o fornecimento de alimentos.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a situação se agravou e a fome afetou o mundo todo. A segurança alimentar ganhou força novamente. Na verdade, virou um termo militar e, posteriormente, chegou a ser associado à segurança nacional.
Após o final da guerra, em 1945, foi criada a FAO – Organização para a Alimentação e a Agricultura, com objetivo de colocar a alimentação como tema estratégico mundial e comandar iniciativas para erradicação da fome e combate à miséria.
A partir dessas iniciativas, surgiram os principais fundamentos da segurança alimentar. Vamos falar mais sobre isso no próximo item.
Principais fundamentos
Em 2019, a FAO fez um relatório estimando que aproximadamente 2 bilhões de pessoas no mundo todo possuem algum nível de insegurança alimentar.
Isso deixa claro que a segurança alimentar continua sendo um problema global, inclusive nos países desenvolvidos.
Por conta disso, foram criados fundamentos da segurança alimentar que devem ser garantidos a todos os indivíduos – estejam eles em uma situação de insegurança alimentar – leve, moderada ou grave – ou não. São eles:
- Acesso
O acesso precisa ser garantido independente de barreiras físicas e/ou socioeconômicas.
Como garantir: produzindo quantidade suficiente de alimentos, acessando populações isoladas, diminuindo os preços dos alimentos ou entregando-os de forma gratuita, proporcionando recursos monetários em casos de pobreza extrema/miséria.
- Disponibilidade
Os alimentos devem estar sempre disponíveis para todas as pessoas.
Como garantir: aumentando a produção e, quando preciso, as importações, estruturando o armazenamento e a entrega e praticando a ajuda alimentar no caso de necessidade – a nível local ou nacional.
- Estabilidade
Garantir a estabilidade da segurança alimentar, ou seja, mesmo em tempos de crises econômicas, pandemias mundiais, guerras etc.
Como garantir: as campanhas agrícolas podem ser sazonais, por isso, é importante estruturar e priorizar o armazenamento.
- Consumo
É importante não confundir segurança alimentar com alimentação básica. É claro que erradicar a fome é importante, mas a segurança alimentar também garante que o consumo de alimentos esteja relacionado com as necessidades nutricionais e com preferências alimentares.
Como garantir: assegurando a possibilidade de consumo, seja baixando os valores dos alimentos, entregando-os de forma gratuita ou proporcionando recursos monetários em casos de pobreza extrema/miséria.
Estratégias para garantir a segurança alimentar
A segurança alimentar precisa, necessariamente, estar associada a uma séria de práticas e iniciativas que serão responsáveis por conceder esse acesso à alimentação e à qualidade de vida.
Além de ser um conceito que se relaciona diretamente com a inibição e mitigação da fome, o principal objetivo da segurança alimentar é proporcionar a todas as pessoas uma vida digna e o desenvolvimento absoluto do indivíduo.
Dentro desse raciocínio, existem estratégias para garantir a segurança alimentar. Listamos algumas delas a seguir.
1) Sustentabilidade
Quando pensamos em erradicar a fome e garantir a segurança alimentar, precisamos pensar em uma produção sustentável, que utilize de forma consciente e adequada os recursos ambientais. E isso também está ligado ao próximo item da nossa lista.
2) Praticar o controle do uso de agrotóxicos
O uso excessivo e, muitas vezes, acima da quantidade permitida de agrotóxicos compromete a qualidade dos alimentos e aumenta os riscos à saúde do consumidor e do próprio agente agrícola.
Portanto, é fundamental adotar medidas que reduzam as chances de uma contaminação. Falando em contaminação, vamos para o próximo item!
3) Cuidado na alimentação
Cuidar da alimentação também está diretamente ligado à cautela com embalagens e preparo dos alimentos. Recipientes inadequados e manipulação sem higiene podem causar não apenas contaminação, mas desperdício, perda de propriedades nutricionais, degradação, doenças e até mesmo uma pandemia.
Papel do Brasil na segurança alimentar mundial
No Brasil, a segurança alimentar é um direito fundamental garantido por lei. Sim, está na nossa Constituição Federal de 1988.
Porém, alguns fatores socioeconômicos contribuem para um cenário de pobreza e fome devido, por exemplo, ao aumento do preço dos produtos da cesta básica, desvalorização da moeda nacional, instabilidade econômica, dentre outros pontos.
Ao mesmo tempo, nosso país é uma potência quando falamos em agronegócio e quantidade de produção de alimentos. Atualmente, somos um dos principais produtores mundiais, capazes de produzir quantidade suficiente para abastecer nosso mercado interno e, também, exportações.
O que queremos dizer com isso? É bem simples! O Brasil tem um papel duplo na segurança alimentar: o mercado interno e o externo.
No mercado interno, é preciso fomentar a produção e abastecimento, a fim de garantir a segurança alimentar a toda a população do país.
No mercado externo, nosso país é um dos maiores exportadores de carne, soja, açúcar, laranja e café e está entre os principais exportadores de algodão, milho, frutas e produtos do setor florestal.
Por termos grande disponibilidade de recursos naturais, nossa economia sempre esteve ligada à produção agrícola. Portanto, nesse sentido, temos uma vantagem dentro do cenário mundial.
Lembra quando falamos nos fundamentos da segurança alimentar? O conceito da disponibilidade fala exatamente que os alimentos devem estar sempre disponíveis para todas as pessoas.
É aqui que ele se aplica! Nossa capacidade de produção nos coloca também como responsável por, se necessário, aumentar a produção e as importações, estruturando o armazenamento e a entrega e praticando a ajuda alimentar no caso de necessidade – a nível local ou nacional.
É importante ter no radar que a autossuficiência alimentar é um desafio mundial.
Visto que os recursos naturais são limitados e que, a cada dia que passa, são mais explorados e desgastados, será fundamental pensar (e repensar!) no desenvolvimento econômico e na estabilidade social para as próximas gerações.
Como a tecnologia no agro colabora?
O desperdício é um dos maiores inimigos da segurança alimentar. E, quanto a isso, temos um dado assustador: segundo a FAO, mais de 30% da produção mundial de alimentos é desperdiçada anualmente entre as fases de pós-colheita e a venda no varejo.
Além disso, apesar do avanço da tecnologia beneficiar a agricultura de precisão e a capacidade de produção em espaços cada vez menores, muito ainda se perde durante os processos de produção.
Porém, o uso da tecnologia pode ser o responsável por virar a chave contra o desperdício.
Utilizar técnicas, gadgets, softwares e equipamentos tecnológicos na agricultura aumentam – e muito! – a possibilidade de analisar dados, otimizar processos, prever cenários e, dessa forma, escalar a produção.
O uso da tecnologia pode ajudar desde o pequeno agricultor a avaliar a necessidade do uso de fertilizantes e a quantidade ideal de determinado remédio até o grande produtor a identificar falhas mecânicas que estejam desperdiçando recursos ou colocando a produção em risco.
A tecnologia é capaz de promover a expansão da produção e do rendimento agrícola através da:
- Utilização de agroquímicos;
- Manipulação de máquinas agrícolas;
- A inserção de tecnologias biológicas e de informação tornou-se uma necessidade.
Dessa forma, será a virada de chave para garantir que a produtividade potencial seja alcançada e que não haja perda nas lavouras.
E aqui deixamos também um ponto de atenção importante: o desenvolvimento de novas tecnologias capazes de garantir uma produção sustentável é o caminho para garantir a segurança alimentar a curto, médio e longo prazo.
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