Open X: o caminho para a descentralização do setor financeiro
Vamos explicar melhor o que é Open X e o motivo dele estar causando todas essas mudanças nas regras do jogo.
As regras do mercado financeiro estão mudando. E isso não é novidade para ninguém. Já falamos aqui sobre a regulamentação do Open Banking no Brasil e sobre os seus pilares, sobre o ciclo do Run the Bank para o Change de Bank e de como é urgente acompanhar essas transições para se manter competitivo.
Diante desse panorama, podemos dizer que todo o setor bancário está mergulhando em uma nova fase de inovação. Todas essas frentes – e provavelmente outras, que ainda estão surgindo – estão correndo paralelamente em direção à maturidade dentro desse mercado.
Dentro dessa nova realidade, as palavras de ordem serão colaboração e integração. Uma coisa está ligada à outra: um sistema eficaz de colaboração possibilita a troca estruturada de dados e serviços entre os muitos agentes que habitam o ecossistema financeiro.
Sim, estamos falando de um novo paradigma de descentralização para os bancos e instituições financeiras: o Open X. Vamos falar mais sobre ele nesse material e sobre como fazer para se adaptar a esse movimento. Acompanhe!
Open X: entendendo o X da questão
O Open X é a junção de Open Banking, Open Insurance e Open APIs. Vamos explicar cada um deles para você entender o que está nesse combo.
- Open Banking: garante as regulamentações bancárias abertas através da integração total de APIs. Isso potencializa a concorrência e a eficácia da prestação de serviços financeiros. Ao mesmo tempo, é preciso ter como prioridade a proteção dos dados pessoais dos clientes de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A regulamentação do Open Banking no Brasil, pelo Conselho Monetário Nacional e Banco Central, será como um norte para todo o sistema bancário, colocando-o a par da inovação global neste setor.
- Open Insurance: pode ser definido como a aplicação das práticas de Inovação Aberta no mercado de seguros, através do fornecimento de serviços e dados a parceiros, comunidades e startups, a fim de criar novos serviços, aplicativos e modelos de negócios inovadores.
- Open APIs: o nome já diz – APIs abertas. As APIs nada mais são que estruturas de programação que possibilitam que sistemas conversem e troquem dados entre si. Existem incontáveis APIs no mundo. E, dentro do conceito de Open APIs, elas ficam disponíveis para que desenvolvedores externos (a uma empresa, por exemplo) acessem.
Esses 3 itens são complementares. Sua integração permite que as instituições financeiras ultrapassem o conceito de Open Banking ou de Change the Bank.
O Open X representa um outro patamar, marcado por uma forma muito mais eficiente e estruturada de comunicação, colaboração e troca entre as corporações.
Sim, estamos falando de uma nova era. Um novo mercado vai surgir daí: com atividades específicas para cada player, porém muito mais integrado, com troca constante não só de dados, mas também de serviços. Isso levará a uma melhora exponencial da experiência do cliente e da inovação.
Por que preciso mergulhar no Open X?
A resposta é simples: porque ele vai modificar – ou já está modificando – todas as normativas e premissas do setor financeiro.
Já existem dois movimentos concorrentes dentro desse contexto: as fintechs estão tentando expandir suas operações e os grandes bancos e seguradoras estão desfazendo
suas alianças com elas – muitas vezes, para criar as suas próprias.
Além disso, novos modelos de negócio vão aparecer. Novos produtos financeiros vão aparecer. Uma série de novas formas vão aparecer – por parte dos clientes e das empresas.
- De se relacionar com o dinheiro
- De modelos de negócio para serem operados
- De plataformas de gerenciamento para coordenar
Para o sistema financeiro, a grande virada de chave precisa ser o foco. O centro do universo precisa ser o cliente.
No contexto do Open X e de tantas transformações, os bancos precisam garantir um sistema financeiro resiliente, seguro e “anti-quebra” por meio de um novo portfólio de produtos e serviços centrados no usuário.
Note que essa estratégia soluciona a dor dos bancos de gerar excelência nos serviços e melhoria nos processos.
Todas as mudanças que estamos vendo estão sendo fomentadas para garantir a melhoria na performance dos negócios do mercado financeiro.
A necessidade de pensar em novos negócios é cada vez mais urgente. Para operar um processo de mudança e se tornar uma empresa que conecta outras empresas aos seus clientes é preciso repensar as estratégias – e mudar o mindset também!
Recalibrando as estratégias
O futuro chegou e não tem mais volta. É hora de mergulhar nas transformações pelas quais todas as empresas estão passando.
É bem verdade que, em outros setores, muitas mudanças foram causadas pela pandemia mundial e o isolamento social. No setor financeiro, o Open Banking bateu na porta e não há para onde correr: é preciso encarar de frente.
Nesse sentido, vemos 3 medidas e oportunidades fundamentais que podem – e provavelmente vão – surgir do Open X.
- Planejamento adequado
Quando falamos em planejamento também podemos falar em re-planejamento. Isso mesmo: recalibrar e ajustar as estratégias levando em conta os objetivos de negócio contexto para esse momento.
- Novos modelos de negócios
Do replanejamento estratégico surgirão novos modelos de negócios. E desses novos modelos poderão surgir novos serviços e novos produtos – tendo sempre o cliente como o centro da estratégia.
Fique atento!
- Aplicativo de gerenciamento de múltiplas contas
- Seguradoras digitais
- Criação de novos produtos, serviços e até empresas
- Investir em tecnologia
É urgente que as empresas se conectem por empatia em toda a jornada do consumidor. Entendendo os estágios da vida do cliente e seu nicho de mercado se torna muito mais fácil criar uma boa solução para sua dor. E é aí que entra a tecnologia. Ou melhor, as tecnologias.
Fique atento!
- Gerenciamento de APIs
- Integração com a Nuvem
- Redes de aplicativos integrados
O Open X pode – e provavelmente vai – alterar o objetivo, as estratégias e o próprio valor do seu negócio.
Descentralização é o caminho
Caminhamos para um modelo de descentralização e isso se configura como uma oportunidade para mergulhar de uma vez por todas na transformação digital, no reposicionamento estratégico e no olhar user-centric. Mais do que nunca, o usuário precisa ser o centro de toda as estratégias das companhias.
O ecossistema financeiro está em processo de profunda transformação. O mercado e a própria regulamentação do governo exigem cada vez mais a desagregação da empresa, focando em nichos de negócios. E é essa descentralização dos negócios que vai impulsionar inovação em todo setor financeiro. Além de aumentar a competitividade.
É o momento de reestruturar a estratégia – mais humanizada, verdadeiramente conectada com seus usuários e colaboradores. E digital, claro!
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