O que é inovação disruptiva?
A teoria da inovação disruptiva foi criada pelo professor de Harvard Clayton M. Christensen, em sua pesquisa sobre a indústria do disco rígido e, mais tarde, popularizada com o seu livro O Dilema do Inovador, publicado em 1997.
Inovação disruptiva é o fenômeno pelo qual uma inovação transforma um mercado ou setor existente através da introdução de simplicidade, conveniência e acessibilidade em empresas onde a complicação e o alto custo são o status quo.
Quando um nicho de mercado já está defasado (ou se mantém numa constante, sem crescimento ou sem novidades) e parece desinteressante ou irrelevante, é surpreendido por um novo produto ou ideia, que redefine completamente a indústria. E nesse contexto, acontece uma inovação disruptiva.
Computadores pessoais já foram disruptivos
Um exemplo clássico é o computador pessoal. Antes da chegada dos primeiros PCs, os mainframes prevaleciam na indústria de computação. Eles custavam muito caro e era preciso ter experiência em engenharia para operá-los.
A Apple, uma das pioneiras na computação pessoal, começou a vender seus primeiros computadores no final de 1970 e início de 1980, mas como um brinquedo para crianças. Nesse ponto, o produto não era bom o suficiente para competir com os mainframes, mas os clientes da Apple não se importavam, porque eles não podiam pagar pelos grandes computadores.
Assim, o PC era muito melhor do que a sua alternativa: nada. Pouco a pouco, a inovação foi sendo melhorada. E, dentro de alguns anos, o computador pessoal, menor e mais acessível, se tornou bom o suficiente para que ele pudesse fazer o trabalho exigido anteriormente pelos mainframes. A partir daí, surgiu um mercado novo – e enorme- que, finalmente, substituiu os grandes computadores.
“É importante lembrar que a ruptura é uma força positiva. Inovações disruptivas não são avanços de tecnologias que fazem bons produtos melhores; ao contrário, são inovações que tornam os produtos e serviços mais acessíveis e baratos, tornando-os disponíveis a uma população muito maior”, diz Christensen.
Veja a explicação do pai da Inovação Disruptiva:
Os 3 elementos da disrupção
Como vimos, simplicidade, conveniência e acessibilidade são os pilares para que uma inovação seja considerada disruptiva. Vamos entender um pouco mais porque isso acontece?
Acessibilidade
A nova solução precisa ser adotada com facilidade pela sociedade, tanto em questão de preço quanto de usabilidade. Se ficar restrita à um pequeno grupo, ela não é capaz de transformar.
Tome a impressora 3D como exemplo: em 2007, os preços da tecnologia chegavam ao patamar US$ 40 mil, mas hoje existem modelos de apenas US$ 100. Embora seja revolucionária, a solução só é capaz de transformar mercados se for incorporada pela maior parte dos usuários.
Conveniência
Outro fator importante é a conveniência. Inovações são disruptivas quando capazes de solucionar problemas reais das pessoas. Elas devem promover o bem-estar.
O Segway é bom exemplo para entendermos a conveniência. O produto é uma espécie de patinete motorizado de duas rodas, que prometia revolucionar o transporte urbano. Era realmente inovador e foi aprovado por grandes empresários, como Jeff Bezos.
Acontece que a invenção enfrentou uma série de obstáculos. Legislações restritivas, falta de infraestrutura das cidades e desinteresse dos usuários foram apenas alguns deles. Hoje, o produto é usado por seguranças em shoppings.
Simplicidade
A simplicidade é o último pilar. Tenha certeza de que o design é algo mais importante do que imaginamos para a aceitação de uma inovação e, consequentemente, para o seu potencial disruptivo.
Uma boa ilustração nesse caso são os laserdiscs. Eles foram os primeiros discos ópticos com leitura de vídeo a serem lançados, 20 anos antes do DVD. Acontece que não eram nada práticos, pois tinham o tamanho de vinis, além de serem muito frágeis. Resultado: por conta disso, não foram bem recepcionados pelos consumidores.
As diferenças entre disrupção e sustentação
Christen ensina que nem toda inovação é disruptiva. Além de cumprir todos os requisitos que você já viu anteriormente, ela precisa mudar um mercado, tornando o modus operandi anterior obsoleto.
Por isso, é importante conhecer também as inovações de “sustentação” (sustaining innovation). Esse tipo de novidade é desenvolvida pelas empresas para que seus produtos desempenhem melhor no mercado, mas não necessariamente representam rupturas bruscas.
Um grande exemplo são os upgrades em computadores. Se compararmos um PC atual com os primeiros modelos, teremos a impressão de que são produtos completamente diferentes. No entanto, o que acontece nesse mercado é o desenvolvimento incremental de melhorias ao longo do tempo.
Promova a inovação disruptiva na sua empresa
Ok, até aqui você já aprendeu o conceito de inovação disruptiva, mas como desenvolver produtos capazes de balançar o mercado? Tenha certeza de uma coisa: a inovação não acontece por acaso. Os grandes players investem pesado para tomarem a dianteira.
Vamos passar o caminho das pedras para que você consiga avançar rumo à inovação. Conheça algumas soluções!
Future Studies
Future Studies utiliza técnicas como foresight, coolhunting e trends mapping para auxiliar no planejamento estratégico das empresas. O objetivo é lançar luz sobre as forças de mudança na sociedade e traçar estratégias e cenários futuros.
A reflexão nos ajuda a não cair na armadilha de pensar no futuro como algo previsível, contaminado com nossos preconceitos do presente.
Cultura da inovação
É importante despertar a cultura da inovação na sua empresa o quanto antes. Labs de inovação internos, por exemplo, são fundamentais para fomentar a experimentação e a prototipação de novas ideias.
Além disso, criar um ambiente integrado, onde as trocas entre departamentos sejam uma constante, também é um bom caminho para chegar lá.
Inovação Aberta
Esqueça: a inovação não acontece mais de dentro para fora. O mercado vive uma turbulência de novas ideias e soluções. Hoje, os novos pioneiros são aqueles capazes de mapear e conectar startups para promover a disrupção.
A Inovação Aberta parte do princípio de que novas soluções são produzidas de forma colaborativas com agentes externos.
Design Thinking
Para fechar, temos o Design Thinking como ferramenta de inovação. Não conseguimos solucionar problemas com a mesma lógica que os originou. O modo de pensar do designer nos ajuda a pensar fora da caixa.
Utilizando métodos como pesquisas qualitativas, pesquisa desk, sessões generativas, entre muitos outros, o DT é a ferramenta mais recomendada para gerarmos insights inovadores.
Todos os dias testemunhamos inovações disruptivas, que parecem ter surgido repentinamente. Isso acontece porque vivemos em um mundo mais conectado. Ideias são testadas e validadas rapidamente. Por isso, é importante que trate o assunto em nível estratégico!
Quer se aprofundar ainda mais nesse assunto? Então acesse agora mesmo o nosso e-book Disrupção Digital: sua empresa na liderança do mercado!
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