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Como a Lei Geral de Proteção de Dados impacta empresas B2B?

Empresas que negociam com outras empresas também tratam muitos dados pessoais no dia a dia, seja de funcionários ou parceiros. Ou seja: elas também precisam se adequar à LGPD.


Desde que entrou em vigor, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) passou a ser um assunto recorrente no dia a dia de organizações dos mais diversos segmentos, principalmente entre aquelas que lidam diretamente com o consumidor final.

Mas, embora muitos ainda pensem que o mercado B2C é o único afetado pela legislação, a verdade é que a LGPD também é aplicável às empresas B2B – ou seja, aquelas que só negociam com outras empresas.

Essa percepção equivocada vem, dentre outras coisas, da falta de conhecimento sobre o tema – o que, por sua vez, acaba atrasando a aderência à Lei e trazendo prejuízos para os negócios.

Para evitar que isso aconteça na sua empresa, te convidamos para seguir com a leitura deste artigo e conhecer a fundo o real impacto da Lei Geral de Proteção de Dados no mercado B2B!

O que é a Lei Geral de Proteção de Dados

O primeiro passo para compreender os impactos da LGPD nas empresas B2B é saber o que a lei aborda de maneira mais ampla, então vamos começar por aí.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) pode ser resumida como uma legislação que obriga organizações públicas e privadas a cumprirem padrões de segurança para impedir roubos, vazamentos e venda ilegal de informações digitais e eletrônicas.

Estamos falando sobre a Lei nº 13.709, que foi aprovada em agosto de 2018 e passou a vigorar em setembro de 2020.

Na prática, ela versa sobre o tratamento de dados pessoais (como nome, CPF, e-mail e endereço) por pessoas físicas e jurídicas de direito público ou privado e foi criada, principalmente, para proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade.

Em linhas gerais, a Lei Geral de Proteção de Dados proporciona aos cidadãos brasileiros, os seguinte benefícios:

  • Direito de consultar quais dados estão sob posse da empresa, bem como revogar a permissão de tratamento e posse a qualquer momento;
  • Maior entendimento sobre quais dados estão sendo cedidas e qual a finalidade deles;
  • Necessidade de consentimento caso haja alguma mudança no tratamento dos dados cedidos.

Os impactos da Lei Geral de Proteção de Dados nas empresas B2B

As organizações que negociam apenas com outras empresas também tratam muitos dados pessoais no dia a dia, seja de funcionários, gestores de atividades, visitantes ou parceiros. Ou seja: elas também precisam se adequar à LGPD.

Se a sua organização faz parte da modalidade B2B, portanto, é importante que ela conheça os impactos que a Lei Geral de Proteção de Dados traz para os negócios.

Então confira os principais:

Necessidade de uma base para tratamento de dados

A partir da LGPD, para que uma empresa trate os dados de um usuário é preciso que haja uma base legal, ou seja, um fundamento jurídico que autorize o tratamento desses dados.

Além disso, o consentimento da pessoa precisa estar bem documentado.

A Lei Geral de Proteção de Dados define dez bases legais para dados pessoais. São elas:

  1. Consentimento;
  2. Cumprimento de obrigação;
  3. Execução de contrato;
  4. Legítimo interesse;
  5. Proteção do crédito; 
  6. Proteção da vida; 
  7. Tutela da saúde; 
  8. Exercício de direitos (em processo judicial, administrativo ou arbitral);
  9. Execução de políticas públicas;
  10. Utilização por órgãos de estudo ou pesquisa.

Vale pontuar que cada atividade possui uma base legal ideal.

Direitos dos usuários maiores

Como dissemos anteriormente, os titulares dos dados passam a ter maior controle sobre suas informações. Em primeiro lugar, eles precisam consentir de forma livre, informada e inequívoca o tratamento dos seus dados pessoais.

E, para isso, a LGPD garante que eles saibam a finalidade da coleta e com quem elas são compartilhadas, por exemplo.

Portanto, a lei ainda possibilita que os titulares possam desistir de fornecer seus dados a qualquer momento.

Com a adesão da LGPD, também é assegurado que todos sejam informados sobre qualquer alteração na finalidade da coleta e tratamento de seus dados.

Acesso a dados sensíveis

Para além dos dados pessoais, a LGPD também oferece uma base legal sobre como as empresas devem lidar com dados sensíveis, que são aqueles que exigem maior cuidado por poderem comprometer tanto a segurança da empresa quanto dos titulares.

No geral, o manuseio correto desses dados ajuda a evitar fraudes no controle da jornada dos colaboradores e na entrada de pessoas estranhas na empresa, além de diminuir os riscos de que eles sejam utilizados para fins discriminatórios.

Monitoramento

No caso das empresas B2B, um dos principais pontos de atenção que a LGPD traz é com relação aos dados dos colaboradores.

E uma das questões mais delicadas aqui é o monitoramento das atividades realizadas por eles, incluindo as comunicações internas.

Já sabemos, por exemplo, que as organizações não podem monitorar as comunicações privadas dos funcionários. Os meios corporativos, por outro lado, podem sim ser objeto de fiscalização – principalmente para evitar o vazamento de informações confidenciais.

A Lei Geral de Proteção de Dados também impede a instalação de equipamentos de vigilância audiovisual em locais como banheiro e vestiários, já que esses atentam contra a dignidade dos colaboradores.

Relações com fornecedores

Além de tratar os dados dos colaboradores dentro da empresa, pode ser que, em algum momento, seja preciso compartilhá-los com fornecedores de serviços ou até mesmo órgãos públicos.

Nessas situações, é papel da empresa avaliar os fornecedores e confirmar que eles também estão adotando todas as medidas necessárias para proteger os dados dos titulares

Incluir cláusulas específicas sobre a LGPD nos contratos firmados com outras companhias é uma conduta que pode ajudar.

Sanções

Penalidades e sanções dependem da gravidade da situação e podem envolver desde medidas administrativas, como proibição de atividades voltadas à coleta, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais até multa.

Se comprovada uma infração, a organização responsável poderá, por exemplo, receber uma multa equivalente a 2% do seu faturamento, sempre limitada ao valor máximo de R$ 50 milhões.

Benefícios da Lei Geral de Proteção de Dados para os negócios

Embora tenha sido criada para regulamentar a forma como as empresas coletam, armazenam, tratam e compartilham os dados pessoais dos cidadãos, a fim de trazer mais tranquilidade para eles, na prática a LGPD também trouxe benefícios importantes para as organizações.

Entre eles, destacam-se:

1. Mais segurança jurídica

A LGPD mitiga as dúvidas e torna as regras relacionadas à privacidade no país mais claras. Ela também coloca o mercado brasileiro a par do que acontece na Europa.

Além disso, empresas que levam a LGPD a sério costumam estar mais preparadas para cooperar com os órgãos de fiscalização, o que ajuda a evitar ou reduzir multas.

2. Melhorias no relacionamento com os clientes

Ao seguir a LGPD, as empresas se tornam mais transparentes com seus clientes. Assim, o relacionamento se torna mais estreito e amparado na confiança.

O aumento da confiança da sociedade na coleta e uso dos seus dados pessoais, por sua vez, impacta diretamente nas compras e vendas de produtos e serviços na web (e-commerce).

3. Aumento da credibilidade da empresa

Quando uma empresa se adequa à Lei Geral de Proteção de Dados, não é apenas a relação dela com os clientes diretos que sai fortalecida.

A tendência é que ela também seja percebida como uma empresa que se preocupa com a segurança e privacidade por todos os parceiros estratégicos do negócio. E isso, por sua vez, tem um impacto significativo na imagem da organização como um todo.

4. Segurança cibernética aprimorada

Com a privacidade dos dados sempre em pauta, é possível estabelecer um fluxo de trabalho ainda mais consciente e seguro, além de detectar as vulnerabilidades físicas e digitais que a empresa ainda possui nesta frente.

Atualizações de segurança em redes, servidores e infraestruturas passam a ser realizadas com a certeza de que não haverá mudanças repentinas na legislação.

5. Melhora no gerenciamento de dados

Para estar em conformidade com a LGPD, é necessário saber exatamente quais informações confidenciais a empresa tem sobre as pessoas.

Por isso, passa a ser importante realizar auditorias, organizar melhor os armazenamentos e refinar os processos de gerenciamento de dados.

Além do mais, ao longo do processo de adequação, a tendência é que a empresa consiga identificar (e defender) com maior clareza quais são os dados vitais para que ela consiga exercer o seu negócio.

6. Aumento no ROI de marketing

Com a eliminação de informações irrelevantes que atrapalham as ações de marketing, tais como leads perdidos ou endereços que não existem mais, o banco de dados passa a ficar mais organizado.

Assim, o marketing consegue adaptar com mais facilidade suas mensagens de acordo com o perfil dos públicos de interesse. Consequentemente, o Retorno sobre Investimento (ROI) melhora.

7. Maior consciência por parte dos colaboradores

O fator humano tem um peso significativo no vazamento de dados das empresas. Mas a tendência é que isso seja minimizado à medida em que a organização aumenta a consciência dos colaboradores sobre a segurança da informação.

Essa é mais uma das possibilidades que a LGPD traz, já que para se adequar à lei, é importante que todos os funcionários estejam treinados sobre os pontos mais importantes dela e sobre o papel de cada um neste processo.

5 passos para se adequar à LGPD

Agora que a importância da adequação à Lei Geral de Proteção de Dados por empresas B2B ficou clara, queremos apresentar algumas dicas que podem ajudar a preparar o seu negócio para todas essas novidades. Acompanhe!

1. Foque seu negócio no usuário

A LGPD praticamente obriga as organizações a ter mais foco nos usuários. Isso significa criar recursos, plataformas e métodos que dêem mais transparência nas transações e na utilização das informações de clientes, fornecedores, colaboradores e parceiros.

A experiência do usuário aliada à segurança da informação precisa ser reforçada. E isso vai além de implementar mecanismos como permitir a saída de leads da sua lista de cadastro. 

Cada vez mais será preciso dar aos usuários meios de gerir quais dados querem compartilhar e quais não.   

2. Atualize sua estratégia de TI

Para fazer isso, é preciso fazer um upgrade no planejamento estratégico de tecnologia da informação (TI).

Isso equivale à aquisição de ferramentas mais modernas para captação, análise, armazenamento e processamento de dados. 

Também diz respeito à inserção de novos métodos e novas rotinas de trabalho para o time de tecnologia. 

3. Mantenha os colaboradores e fornecedores informados

Como já dissemos antes, é muito importante que todos os colaboradores e fornecedores que tiveram acesso a qualquer tipo de dado pessoal ou sensível conheçam a política da empresa sobre tratamento dessas informações e sobre os principais pontos da LGPD.

Aqui, o tratamento contínuo das equipes fará toda a diferença.

4. Invista em inteligência de mercado

Seguindo as diretrizes da LGPD, os negócios que querem aproveitar as vantagens da nova legislação também devem investir em inteligência de mercado.

Plataformas de Business Intelligence, Business Analytics e projetos que empreguem métodos como Design Thinking, entre outros, são bem-vindos quando se trata de alcançar uma abordagem mais inovadora para garantir a privacidade dos dados e atualizar o modelo de negócios.

5. Busque ajuda especializada

Por fim, como são muitas variáveis a serem observadas e, em muitos negócios, será preciso fazer modificações substanciais em processos variados, uma boa dica é buscar ajuda de uma consultoria.

Com amparo técnico, jurídico e estratégico, é possível não apenas se adequar para cumprir a Lei Geral de Proteção de Dados, mas também fazer dela um salto para a inovação e para a competitividade.

Se precisar de ajuda, conte conosco. Temos especialistas  e consultores de LGPD que podem garantir que sua empresa utilize dados pessoais de forma adequada, eficiente e de acordo com as diretrizes da lei. Para agendar um bate-papo é só clicar aqui.

Esperamos que as informações listadas até aqui tenham ajudado a esclarecer os impactos da LGPD nas empresas B2B. Para aprender ainda mais, clique no banner e baixe o e-book “Privacidade de Dados e ESG”. O download é totalmente gratuito!

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