Lean Startup: o que é, ferramentas e como aplicar no seu negócio
Priorizar o que o cliente realmente quer. Desenvolver de forma rápida. Ter uma boa estrutura de TI gastando pouco. Isso (é mais um pouco) é o que o Lean Startup traz para a sua empresa!
Se você tem alguma vivência no mercado corporativo e conhece as metodologias ágeis, certamente já ouviu falar no Lean (e no Lean Startup). A abordagem é responsável por implementar um processo de gerenciamento capaz de reduzir custos e desenvolver negócios.
E o que isso significa? Simples: através do Lean Startup se torna possível alcançar o combo que todo gestor sonha: redução de desperdícios + resultados exponenciais.
E se você acha que a metodologia é voltada para TI, grande engano. O Lean Startup (assim como o Ágil) é totalmente customizável para as necessidades de diferentes setores, empresas e projetos.
Quer se aprofundar em abordagens enxutas e ferramentas ágeis? O Lean Startup oferece várias técnicas, ferramentas e práticas que facilitam o progresso, ajudam a superar desafios e (a melhor parte!) são de baixo custo.
E aí? Temos sua atenção? Continue com a gente para conhecer os três pilares do Lean Startup e saber tudo o que ele pode fazer pela sua empresa.
O que é Lean Startup?
Você já conferiu uma prévia do que o Lean é capaz de fazer. Em poucas palavras: o Lean Startup é sobre uma gestão enxuta com resultados exponenciais.
Criado por Eric Ries, o Lean Startup é voltado para o processo empreendedor: otimizar técnicas de venda e fazer testes constantes utilizando MVPs (Minimum Viable Product).
E se você já ouviu falar em Lean, certamente ouviu a palavra “enxuto” junto. Isso porque essa é exatamente a tradução da palavra e sua proposta para o sistema de gestão. No caso do Lean Startup estamos falando exatamente de uma startup enxuta.
Seu criador, inclusive, é um dos gurus das startups. Seu livro sobre Lean Startup foi lançado em 2011 e rapidamente se tornou leitura obrigatória para todo empreendedor.
Assim como no Lean, a premissa do Lean Startup é eliminar os desperdícios para aumentar a eficiência operacional e, assim, alcançar resultados expressivos.
No caso do Lean Startup, a redução de desperdícios vem do desenvolvimento da clientela. O tempo investido é para clientes reais, o que reduz – e pode até zerar – as falsas suposições que tanto prejudicam e dão prejuízo ao negócio.
Mas… como isso funciona na prática? Vamos explicar logo em seguida. Confira!
Como funciona?
A metodologia Lean Startup tem sido cada vez mais utilizada por uma grande variedade de corporações: desde conglomerados de empresas até pequenas startups. Isso porque, como falamos, o Lean é customizável e capaz de se adaptar às mais diferentes necessidades.
A premissa básica do Lean é a aplicação do pensamento enxuto. No caso do Lean Startup, esse mindset se aplica aos demorados planos de negócios.
O mundo mudou; o consumidor mudou com ele; e, obviamente, o negócio teve que se ajustar também – para sobreviver. Nesse cenário, ganhou quem se adaptou mais rápido, com modelos enxutos, inovadores e ágeis. E é aqui que o Lean Startup cai como uma luva.
Muitas empresas não querem – e não podem! – mais gastar tempo com processos burocráticos e desperdiçar dinheiro no desenvolvimento de produtos e serviços que não tem certeza que o cliente quer e precisa.
Nesse contexto, o Lean Startup traz inovação, transformação e chances maiores para que negócios cresçam e prosperem de forma eficiente e objetiva. Como? Colocando o cliente no centro da sua estratégia e do seu processo de criação.
Princípios da metodologia
Se você é empreendedor, provavelmente já ouviu dizer que, para iniciar seu negócio, o primeiro passo é ter um plano de negócios. Na teoria, esse será o arcabouço que guiará todas as suas estratégias. Na prática, segundo o Lean, acaba sendo só um longo documento que não serve para muita coisa.
Vamos conferir os princípios que Ries destacou para o Lean Startup!
1. Qualquer um pode ser um empreendedor
É isso mesmo que você leu: você pode empreender. Basta desenvolver uma nova ideia!
2. Gestão de startup
Independentemente do tamanho da sua ideia e da sua empresa, a premissa de uma startup nunca negligenciar a gestão. Ries afirma que empreender e gerenciar precisam caminhar de mãos dadas porque uma coisa não existe sem a outra.
3. Erros são formas de aprender
Valorize os erros assim como os acertos. Cada novo passo pode ocasionar erros e é dessa forma que acontece a geração de conhecimento e, consequentemente, o aprendizado.
Valide o conhecimento adquirido em cada passo e utilize-o para desenvolver novas ideias!
4. Resultados inovadores
Sempre meça seus resultados. Nessa conta, é importante incluir a contabilidade (sim, estamos falando de dinheiro) e a geração de novas ideias, produtos e serviços. O objetivo é priorizar a inovação.
Acredite: muitas vezes startups estão com as contas no vermelho, mas possuem mais valor de mercado do que grandes corporações que operam com as contas em dia.
5. Desenvolvimento, mensuração e aprendizado
Essas três etapas são fundamentais para transformar uma ideia em algo palpável.
No desenvolvimento, a ideia toma forma. A mensuração é a hora de identificar quem são os clientes dispostos a pagar por essa ideia em forma de produto ou serviço (aqui é utilizado o MVP).
No aprendizado, você vai descobrir se é possível montar um negócio que se sustente e vai converter seus resultados em melhoria contínua.
Para isso, existem três pilares básicos que sustentam o Lean Startup. Vamos conferir cada um deles a seguir.
3 pilares do Lean Startup
1) Customer Development
É o processo contínuo de interação com o consumidor que visa testar e validar suas hipóteses sobre clientes, produto e mercado, englobando pesquisas quantitativas e qualitativas.
O que isso quer dizer? É preciso ouvir o cliente para entendê-lo verdadeiramente. Não existe espaço para achar que sabe o que o consumidor quer e precisa. Acredite: esse é um grande erro que ainda é cometido por muitos gestores.
Dessa forma, o Lean Startup se utiliza da empatia para colocar-se no lugar do cliente e compreendê-lo em profundidade. Só assim torna-se possível criar algo que ele realmente queira e compre.
A melhor forma de fazer isso é perguntar para ele quais são suas demandas e, então, criar o produto ou serviço a partir disso.
2) Desenvolvimento Ágil
A aplicação de metodologias, como XP e Scrum, ajuda muito na gestão de projetos no dia a dia. Esses métodos de desenvolvimento de software e gestão fogem ao modelo tradicional, pois levam em conta os indivíduos e são capazes de responder a mudanças.
Dessa forma, aumentam a velocidade do aprendizado por meio dos feedbacks dos clientes/usuários.
3) Plataforma tecnológica de baixo custo
Acredite: esse pode ser um grande diferencial do Lean Startup.
Diferentes de outras metodologias que, muitas vezes, possuem ferramentas específicas, para o Lean Startup existem diversas ferramentas gratuitas que podem ajudar a criar uma estrutura muito boa de tecnologia da informação gastando pouco (ou nada!).
Por exemplo: Google Docs, Google Sites, WordPress, Basecamp, Ruby on Rails, Evernote, EC2 etc.
Principais vantagens de aplicar o Lean Startup
Se você chegou até aqui, certamente já entendeu como o Lean Startup pode ser um grande diferencial para a sua empresa.
Listamos as principais vantagens da metodologia para ajudar a defender essa ideia na sua equipe.
1) É tudo sobre o cliente
A grande vantagem do Lean Startup é que tudo gira em torno do cliente. É a interação com o usuário que vai guiar os testes e validar as hipóteses, garantindo melhorias essenciais ao longo do processo.
2) Produtos e serviços realmente necessários
É importante lembrar que tudo isso acontece antes do lançamento do produto ou serviço. Ou seja, quando o consumidor de fato tem contato com o que a empresa oferece, será algo muito mais alinhado com a sua expectativa.
3) Diminuição de desperdício
Produtos desenvolvidos a partir da abordagem do Lean Startup são feitos de forma interativa e incremental. Assim, não há perda de tempo, recursos e dinheiro. Isso diminui a chance de qualquer tipo de desperdício.
4) Sem espaço para incertezas
Se a necessidade e interesse do seu cliente ainda é uma zona cinzenta, o método Lean Startup é capaz de avaliar seu desenvolvimento para acabar com as incertezas.
Através dos processos de experimentação de protótipos e do feedback dos clientes, a metodologia fornece respostas rápidas e um direcionamento certeiro.
Ferramentas de Lean Startup
É importante destacar que o Lean Startup é customizável. Logo, pode se adequar às ferramentas que fazem mais sentido para sua empresa, seu negócio, seu segmento, suas necessidades etc.
Porém, vamos destacar aqui as ferramentas que são mais utilizadas dentro da metodologia.
Teste AB
Como uma das grandes premissas do Lean Startup são os testes e validação de hipóteses, não é de se estranhar que esse seja o primeiro item da nossa lista. O Teste AB é uma ferramenta simples e muito utilizada: é o tira-teima entre versões diferentes.
Geralmente são testadas duas versões diferentes, mas pode acontecer de mais versões do produto ou serviço serem testadas simultaneamente com os clientes.
Implantação contínua
Também chamada de Continuous Deployment, essa ferramenta consiste em fazer pequenas entregas no menor tempo possível. Ou seja, ao invés de demorar meses e meses de desenvolvimento para entregar o produto completo, pela implantação contínua, você fornece partes do produto o mais rápido possível.
Com isso, você consegue analisar o impacto de cada parte para o cliente. O que diminui o risco de desperdício (de tempo e dinheiro) e facilita a melhoria contínua.
Lean Canvas
Essa é uma ferramenta poderosa em termos de incentivar a equipe a chegar até um conceito inovador. Funciona como um guia, um passo a passo para chegar na inovação.
Apesar de ter sido desenvolvida por um designer (Jeff Gothelf, em seu livro Lean UX), o Lean Canvas já está em sua segunda versão e está diretamente ligado aos princípios de Lean Startup.
Passo a passo para aplicar no seu negócio
1. Foco no seu nicho
Não caia no erro de querer falar com todo mundo e, muito menos, vender para todo mundo. Quanto mais nichado seu produto ou serviço for, mais fácil será fazer testes e gerar conhecimento sobre ele.
2. Testando 1, 2, 3
Falando em testes, após desenvolver hipóteses, não economize nos testes – muito menos pule essa etapa. Sempre realize testes implementando mudanças incrementais.
Dica: um Business Model Canvas pode ajudar muito nesse processo.
3. Coloque o negócio para rodar
Valide suas hipóteses na prática: é a hora do MVP (Mínimo Produto Viável ou Minimum Viable Product). Faça um protótipo do seu produto ou solução e teste na prática como vai funcionar. Só assim será possível garantir que ele é viável no mercado.
4. Avalie seus resultados!
Sempre. Faça perguntas estratégicas para entender se as expectativas foram alcançadas.
São essas respostas que vão gerar insights valiosos para ajustes e melhorias e que vão te dizer se a solução e o produto estão prontos para o mercado ou se será preciso dar um passo atrás e modificar todo o modelo de negócios.
5. Recomece!
Após a etapa anterior, pode ser necessário voltar para a etapa 1 e reavaliar seu nicho. Ou voltar para a etapa 2 e fazer novos testes. Cabe a você e ao time avaliar qual será o caminho a seguir nesse processo.
Porém, lembre-se: a premissa básica do Lean Startup é a melhoria contínua. Então não tenha medo de recomeçar quantas vezes forem necessárias antes de se jogar no mercado.
Bônus: na dúvida, peça ajuda!
Converse com especialistas e conheça outros pontos de vista. Quanto mais conhecimento agregado, melhor. Ou seja, mais chance de sucesso.
Aqui na MJV, por exemplo, temos profissionais de diversas áreas trabalhando, juntos, em projetos. Essa visão multidisciplinar é fundamental para enriquecer o time e dar segurança de estar indo na direção certa.
Entre em contato conosco agora mesmo e vamos conversar sobre como o Lean Startup pode contribuir para os desafios da sua corporação!
Quer se aprofundar sobre o Lean e entender como a metodologia pode ser útil para a sua empresa? Acesse gratuitamente o nosso E-book completo sobre o assunto!
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