Governança de dados: por que e como implementar?
É cada vez mais urgente inserir a Governança de Dados nas agendas das empresas.
Afinal, é essa estratégia que garantirá que os dados do seu negócio sejam consistentes e confiáveis e que suas ações priorizem a segurança e a privacidade dos seus consumidores.
A partir disso, os líderes tomam decisões de negócios, otimizam operações, criam novos produtos e serviços e melhoram a lucratividade.
Mas, o que exatamente é Governança de Dados? Por que você deve ser preocupar com ela? Como colocá-la em prática?
Publicamos esse texto para responder todas essas perguntas. Continue lendo para entender!
O que é Governança de Dados
A Governança de Dados é a especificação de direitos de decisão e estrutura de responsabilidade que garante o comportamento apropriado na avaliação, criação, consumo e controle de dados e análises. Assim descreve a Gartner.
Outras definições para Governança de Dados incluem:
- é o exercício de autoridade e controle (planejamento, monitoramento e fiscalização) sobre o gerenciamento de ativos de dados.
- é um sistema de direitos de decisão e responsabilidades para os processos relacionados à informação, executadas de acordo com os modelos acordados que descrevem quem pode acessar informações, quando, em que circunstâncias e usando que métodos.
Mas, nós podemos tornar o conceito de Governança de Dados um pouco mais prático.
Podemos descrevê-la como o gerenciamento geral da disponibilidade, usabilidade, integridade e segurança dos dados usados em uma empresa.
Normalmente, um programa de governança de dados sólidos inclui um corpo diretivo ou conselho, um conjunto definido de procedimentos e um plano para executar esses procedimentos.
Três partes essenciais da Governança de Dados
No geral, temos três partes principais do quebra-cabeça geral da Governança de Dados:
- Regras para entrada e manutenção de dados — definições aceitas, regras estilísticas, etc.
- Execução dessas regras — o que acontece quando alguém insere um Estado como RJ em vez de Rio de Janeiro? O sistema corrige isso ou cutuca alguém na direção certa? Deveria. As pessoas estão cientes de qual forma de “estado” está correta? Elas deveriam estar.
- Gestão dos dados — administradores de dados e usuários dentro da empresa trabalhando nos dados de acordo com essas leis.
Por que se preocupar com Governança de Dados?
A falta de governança efetiva de dados dentro de uma empresa garante uma coisa: a existência de dados ruins, que criam uma base de informações cheia de insights equivocados. Esses dados se manifestam em definições inconsistentes, duplicatas, campos ausentes etc.
Esses são problemas claros que devem ser resolvidos. Agora, o que especificamente ganham as empresas que os resolvem?
Aqui estão os principais benefícios que destacam por que a governança de dados é importante:
A Governança de Dados economiza dinheiro
A governança de dados aumenta a eficiência. Por exemplo, contas duplicadas levam a esforços duplicados ou, no mínimo, levam ao desperdício de tempo.
Também reduz os erros em seu banco de dados, dando à sua empresa um banco de dados sólido para trabalhar, economizando um tempo precioso que seria usado para corrigir ou buscar os dados certos. O tempo economizado é dinheiro economizado. Afinal, tempo é dinheiro.
Além disso, a Governança de Dados guia a empresa a definir claramente seus dados principais e as regras que os governam.
O início de um projeto de governança de dados é uma oportunidade de ouro para colocar todos na mesma página sobre definições de informações essenciais. A aplicação disso garante maior eficiência operacional ao longo do tempo.
A ausência da Governança de Dados é arriscada
A falta de governança de dados eficaz é uma preocupação de segurança por dois motivos:
- riscos de segurança externos associados a dados sujos e não estruturados e problemas de conformidade normativa. Se houver dados sujos e não estruturados obstruindo seu banco de dados, como você pode saber rapidamente quando algo está errado e monitorar com eficiência quais dados estão em risco?
- boas práticas e ferramentas de controle de dados facilitam o monitoramento do que está acontecendo na database e facilitam a visualização de quais áreas podem estar em risco. Conformidade regulatória e governança de dados estão se tornando um tópico mais quente a cada dia que passa.
À medida que as pessoas continuam a entender a importância de seus dados pessoais, os governos estão começando a regular as formas pelas quais as empresas armazenam, protegem e usam os dados de seus clientes com extrema seriedade.
Vamos tomar GDPR por exemplo.
Esse regulamento, que entrou em vigor no início de 2018, dá aos residentes da União Europeia mais controle sobre suas informações pessoais, incluindo o famoso “direito ao esquecimento”, que permite que um usuário solicite que todos os dados sejam excluídos de um banco de dados de negócios. Isto se aplica a qualquer empresa que faça negócios com residentes da UE.
Da mesma forma, a LGPD põe uma série de responsabilidades sobre os ombros das empresas brasileiras no que diz respeito à criação, à manipulação e ao armazenamento de dados de usuários.
Com um pântano de dados confuso e desregulado, pode ser impossível garantir que todos os dados referentes a um determinado indivíduo sejam excluídos quando solicitados. Isso abre sua empresa para grandes riscos (de imagem, é apenas um deles ) e multas que podem custar muito dinheiro.
Uma Governança de Dados eficiente fornece clareza
Tome um segundo para imaginar o que a garantia de dados certos significaria para a sua empresa.
A governança de dados eficaz fornece a tranquilidade de que seus dados são geralmente limpos, padronizados e precisos. Os efeitos disso reverberam em todos os níveis do negócio.
Aqui estão alguns dos benefícios que essa clareza proporcionará:
- garantia de que suas métricas são precisas.
- insights sobre quais são as suas métricas mais importantes.
- maior confiança em suas análises.
- tomada de decisão eficiente.
7 passos para implementar a Governança de Dados
Ao contrário da crença popular, a governança de dados não precisa ser um esforço angustiante.
Não importa quantos dados existem, quantos sistemas diferentes existem e quantas pessoas estão envolvidas na criação e consumo de informações. Até mesmo empresas com as arquiteturas mais complexas e geograficamente dispersas podem construir com sucesso e economicamente um programa de Governança de Dados sustentável empregando uma abordagem prática e incremental.
Confira, a seguir, os sete passos essenciais para isso!
Passo 1: Priorizar áreas para melhoria
Embora possa parecer uma boa ideia lidar com todos os problemas de dados de uma só vez, é muito mais eficaz começar por segmentar um ou dois recursos específicos.
É importante avaliar objetivamente onde a melhoria da governança de dados pode trazer benefícios mais imediatos para a organização. Isso estabelece uma base sólida para a administração de dados em outras áreas do negócio.
Passo 2: Maximizar a disponibilidade de informações
Os dados não podem ser governados se não estiverem prontamente disponíveis e acessíveis. No entanto, as arquiteturas de informação de hoje são diferentes e diversificadas.
Por exemplo, os ativos de informação podem existir na forma de transações EDI, data warehouses, aplicativos CRM e ERP, estruturas de arquivos legados, sistemas parceiros ou outras fontes externas.
Portanto, é interessante aproveitar tecnologias de integração e melhores práticas, incluindo componentes de integração pré-compilados, para garantir que todos e quaisquer dados sejam de fácil acesso.
Passo 3: Criar papéis, responsabilidades e regras
Como próximo passo, a organização deve determinar quem faz o quê com os dados, criando papéis formais, responsabilidades e regras para os processos que as pessoas usam quando trabalham com informações.
O melhor ponto de partida é com os usuários corporativos, que podem fornecer informações sobre os dados em si: quais problemas existem, como os dados são usados, como devem ser e qual será o impacto se os problemas de qualidade continuarem ou piorarem.
Os usuários corporativos também podem ajudar a sugerir regras e diretrizes para manter a integridade das informações.
Essas recomendações devem ser compartilhadas com os profissionais de TI da empresa, que podem aplicar ferramentas de tecnologia para limpar os dados. Eles devem, então, criar planos formalizados para limpeza contínua, proativa, baseada em conteúdo ou baseada em regras, para manter as informações intactas.
Passo 4: Garantir a integridade das informações
Uma das etapas mais importantes em qualquer iniciativa de Governança de Dados é aprimorar e garantir a qualidade dos dados corporativos. Recomendamos usar um processo de quatro fases que inclui:
- Comparação das informações com métricas de qualidade pré-definidas como meio de identificar dados “bons” e “ruins”.
- Análise e padronização, para validar e corrigir atributos padrão de mercado e padrão organizacional nos dados, como formatos de nomes ou padronização de casos.
- Enriquecimento, para estender e aprimorar os dados existentes com informações novas e complementares, como dados de geocódigo, por exemplo.
- Monitoramento, para descobrir áreas que necessitam de melhoria de processos e garantir a qualidade dos dados de forma contínua.
Passo 5: Estabelecer uma infraestrutura de responsabilidade
Somente os processos não garantem a integridade das informações — são as pessoas o fazem.
Assim, é importante estabelecer uma infraestrutura de responsabilidade que atribua “proprietários” a cada ativo de informação e definir políticas e fluxos de trabalho que responsabilizem as pessoas pelo estado desses ativos.
Além disso, esses proprietários devem receber a tecnologia necessária para manter a integridade dos ativos em alta, porque os processos manuais, não importa o quão bem-intencionados sejam, provavelmente só potencializam o problema.
Passo 6: Converter para uma cultura baseada em ‘dados mestres’
Em seguida, a organização deve transformar uma cultura baseada em dados de transação em uma baseada em dados mestres.
Os dados mestres são compostos pelos fatos essenciais que definem um negócio, incluindo entidades essenciais, como lista de materiais, produtos, funcionários e plano de contas, que são de alto valor e são usados repetidamente em muitos processos de negócios de missão crítica.
Os dados mestres tendem a ser as informações mantidas nas tabelas de dimensão de um data warehouse dimensional. Atualmente, a maioria das organizações é baseada em dados de transações, o que as impede de aproveitar o potencial máximo de seus dados para dar suporte aos negócios.
Ao enfocar o gerenciamento eficaz dos dados mestres, é possível promover uma melhor governança de dados por meio da facilitação da identificação global, vinculação e sincronização de informações relacionadas a essas entidades-chave em todas as fontes heterogêneas em toda a empresa.
Um único “sistema de registro” é criado, fornecendo uma visão unificada, consistente e precisa dessas entidades para todas as partes interessadas.
Passo 7: Desenvolver um mecanismo de feedback para melhoria do processo
Finalmente, deve haver um mecanismo de feedback embutido no processo que permita a avaliação contínua e a melhoria das atividades de governança de dados.
Monitorar os ativos de informação ao longo do tempo dará uma visão clara de como as iniciativas estão sendo executadas e fornecerá uma maneira de identificar os sucessos e as falhas no processo, para que ações corretivas possam ser tomadas rapidamente conforme necessário.
Ferramentas gráficas de monitoramento em tempo real podem ser uma forma eficaz de ativar esse tipo de ciclo de feedback e aprimoramento.
Como está a Governança de Dados em sua empresa? O que você achou da reflexão que trouxemos neste artigo? Fique ligado nos nossos próximos conteúdos sobre estratégia de dados.
Voltar