Governança Corporativa: confiança e transparência que geram valor
Quando falamos em Governança Corporativa, estamos falando nas ações contínuas que os executivos e acionistas fazem para alinhar os interesses da empresa com os de seus stakeholders.
Em outras palavras, nos referimos às normas e procedimentos acordados e reconhecidos por todos os indivíduos que fazem parte do universo de um determinado negócio.
Governança Corporativa é também uma estratégia para criação de valor e essa estratégia está diretamente alicerçada em confiança e transparência. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, uma empresa que busca as melhores práticas de governança está sempre preservando os direitos e interesses de seus acionistas, ao mesmo tempo em que tem com eles um relacionamento de comunicação integrada. Auditoria independente e conselho fiscal também são pilares importantes nesse processo.
A visão moderna de Governança Corporativa remete a acordos formais e informais entre todos os stakeholders, com especial destaque para os shareholders (acionistas), envolvendo equidade, transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa; do pagamentos aos fornecedores, passando por incentivos para executivos até a manutenção de relações trabalhistas e interpessoais saudáveis.
Um estudo feito pelo ABN AMRO BANK sobre Governança Corporativa nas empresas brasileiras, revelou que as que possuem os melhores índices elevam em 20% o valor de suas ações. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) destas empresas é até 45% maior e as margens de lucro são 75% mais altas do que as empresas que não se preocupam com Governança Corporativa.
De acordo com o Corporate Governance 2013, um levantamento anual feita pelo Shearman and Sterling, um dos mais conceituados escritórios de advocacia do mundo, as propostas mais recorrentes das empresas que mais inovam em Governança perpassam a independência da diretorias ao mesmo tempo em que aumentam as permissão para que os shareholders sejam pró-ativos diante de acordos estabelecidos e oficializados; outro ponto muito percebido na pesquisa é o direito à convocação de reuniões extraordinárias para os shareholders e acesso às determinações.
Os pesquisadores também detectaram que os Boards exclusivos têm apresentado declínio constante nos últimos anos. Nesta pesquisa, apenas 14 das 100 empresas analisadas ainda trabalham com exclusividade. Isso indica que esse e outros mecanismos de defesa adotados pelas empresas vêm perdendo sua validade. Como exemplos de outros protecionismos podemos citar: necessidade de aprovação supramajoritária para algumas medidas, não permitir que shareholders convoquem reuniões extraordinárias etc.
É preciso observar, no entanto, que o ponto de equilíbrio entre direção e monitoria das práticas administrativas, resultados e relacionamentos deve ser um exercício constante nas empresas realmente interessadas em Governança Corporativa. É ele que facilita o acesso ao capital e contribui para sua perenidade, fazendo uma ponte entre lucro e sustentabilidade do negócio.
Governança Corporativa começa já no início das negociações entre os futuros sócios e deve seguir por toda a vida do empreendimento, garantindo um verniz de confiabilidade e segurança nas relações e criando o ambiente ideal para a perpetuidade dos ganhos, sejam estes tangíveis ou intangíveis.
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