Frameworks Ágeis: saiba como funcionam na prática
Os Frameworks Ágeis são abordagens de trabalho que ajudam o time de negócios a vivenciar o mindset Ágil, na prática.
Imagine vários caminhões, bem pesados e cheios de produtos, trafegando lentamente. Com as empresas, isso também ocorre: mesmo sólidas, não se movimentam com agilidade. Para tornar os processos corporativos mais dinâmicos, escalar valores e aumentar a produtividade, os Frameworks Ágeis surgiram.
Com os Frameworks Ágeis, a equipe vivencia o mindset Ágil na prática por meio de diversas abordagens de trabalho
Conhecer, separadamente, cada uma delas e combiná-las com outras metodologias específicas, permite extrair o melhor de cada solução.
Quer conhecê-las a fundo? Mergulhe neste artigo!
5 Frameworks Ágeis mais utilizados
1. SCRUM
O framework Scrum sustenta-se em pilares e papéis bem definidos: os clientes se tornam parte da equipe de desenvolvimento e podem validar ou redefinir entregas.
Assim, o método utiliza etapas ou ciclos de desenvolvimento – sprints – que permitem qualidade nas entregas e possibilidade de mudança de requisitos ao longo do processo.
Desta forma, os riscos são melhores trabalhados e reduzidos, já que os progressos e atrasos são monitorados.
Princípios do Scrum:
- Transparência – todas as informações e atividades desenvolvidas pela equipe devem estar disponíveis para a equipe;
- Inspeção – as atividades são monitoradas, priorizadas e avaliadas periodicamente em reuniões diárias, o que permite atestar a qualidade da entrega;
- Adaptação – após a inspeção, as atividades são refinadas e ajustadas para que não existam problemas. São realizadas reuniões de feedback (review e retro) para avaliar os pontos mutáveis e o caminho a ser seguido em novas sprints (plannings).
Papéis do Scrum:
- Scrum Master (SM) – pessoa que monitora os processos ou atividades da equipe, controla prazos e verifica se existe algum impedimento para a realização;
- Product Owner (PO) – pessoa da equipe responsável pelo projeto e que representa os clientes/stakeholders. Responde pelo negócio;
- Development Team (DT) – grupo multifuncional ou equipe responsável por analisar, desenvolver, implementar e testar o produto/serviço.
Onde aplicar:
O Scrum é altamente aplicável na definição de prioridades dos processos e otimiza o desenvolvimento de gestão em diferentes segmentos.
São eles: áreas de Consultoria, Tecnologia, RH, Telecomunicações, Marketing, Engenharia, Seguros, Saúde, entre outros.
2. Kanban
Kanban faz referência à palavra japonesa que significa “registro ou placa visível”.
A ferramenta foi introduzida, primeiramente, para dar um panorama do fluxo de tarefas realizadas nas linhas de montagem do Sistema Toyota de Produção.
O objetivo era que todo trabalho realizado fosse visualizado pela equipe, com as atividades divididas e direcionadas à cada responsável.
Hoje, a ferramenta organiza as tarefas em torno dos seguintes quadros: “a realizar” (to do), “em andamento” (WIP – work in progress) e “já realizada“ (done).
Essa é uma ótima maneira de identificar gargalos e desperdícios, já que permite uma forte assimilação de informações pela equipe.
Com sua gestão sempre à vista, a comunicação e integração aumentam, o tempo de espera é reduzido e a eficiência, garantida.
Princípios do Kanban:
- Gestão à vista: as fases do produto ou serviço são identificadas claramente (visualização da cadeia de valor);
- Desenvolvimento adaptativo: entrega-se o que tem valor antes, ao trabalhar a priorização;
- Estágios de trabalho: o processo pode ser mensurado e controlado, possibilitando a melhoria contínua.
Onde aplicar:
O Kanban é um método altamente aplicável em vários setores de uma empresa, como por exemplo:
- No apoio à contratação de funcionários, por empresas de RH;
- Na gestão financeira de todos os segmentos de empresa;
- Na potencialização de estratégias de Marketing;
- Na otimização de processos de TI e no aumento da produção em indústrias.
3. Extreme Programming (XP)
Este framework garante eficiência ao antecipar as mudanças necessárias para reduzir os custos do ciclo de vida do produto: o mesmo é validado pelo cliente durante seu desenvolvimento.
E para garantir projetos de software valiosos, leva ao extremo um conjunto de práticas como testar, revisar, desenvolver, integrar, simplificar e realizar iterações curtas.
Assim, tanto o time desenvolvedor, quanto o dono do negócio, devem estar em sintonia para que os feedbacks sejam mais assertivos.
Princípios do XP:
- Comunicação – clareza e confiança, resultado da conversa entre o time e cliente, com a eliminação de documentos. Histórias de usuários, clientes on-site, programação em pares e planning poker são técnicas eficientes para a troca de ideias e priorizações;
- Simplicidade – desenvolver só o que será utilizado, descartando comandos complexos;
- Feedback – o XP garante ao cliente, através de testes automatizados e constantes (iterações curtas, incrementos e releases), se o produto desenvolvido ainda funciona e atende o prazo;
- Coragem – o cliente deve estar a par dos pontos positivos, negativos e da necessidade de mudanças e quebras de paradigmas. Por isso, é importante ter a coragem de ser transparente, sem maquiar os problemas;
- Coach – pessoa responsável por garantir que a equipe siga, na prática, todos os valores (princípios) do XP. Ajuda o time na implementação do framework e monitora todos os processos.
Onde aplicar:
O XP é bem aplicado em empresas de grande porte, que lidam com database considerável.
Por exemplo: empresas de Engenharia, com gestão de RH e DP processam bem o XP em suas folhas de pagamento.
4. PDCA
Promove a melhoria constante dos processos, fazendo uso das seguintes ações: planejar (plan), realizar (do), conferir (check) e agir (act).
Trabalhando de forma contínua, o ciclo do PDCA tem como objetivo planejar as mudanças, colocá-las em prática, checar se tiveram o efeito desejado e, caso positivo, implementá-las.
Quando o resultado difere do idealizado, é possível entender os motivos, corrigir os possíveis gaps com incrementos e alinhar novas metas.
Princípios do PDCA:
- Planejamento – são estabelecidas a missão, ferramentas e objetivos necessários para atingir o resultado esperado;
- Execução – momento em que as atividades relacionadas no planejamento são executadas;
- Verificação – monitorar e validar os processos;
- Ação – agir conforme o utilizado na verificação, e caso necessário, determinar novos incrementos para corrigir falhas e melhorar a qualidade do produto.
Onde aplicar:
Por ser um framework que preza pela qualidade dos processos, pode ser aplicado em qualquer segmento de empresa: bancos, indústrias, engenharia, tecnologia e outros.
5. Lean Startup
Ao valorizar o contato com clientes reais, o método valida ou elimina o produto, reduzindo desperdícios, a longo prazo.
Ele trabalha de forma enxuta e desenvolve produtos minimamente viáveis (protótipos MVP). As possíveis falhas são corrigidas a tempo da reconstrução, agora com novos incrementos.
Princípios do Lean Startup:
- Construir – criar um protótipo de um produto que seja simples e que atenda às necessidades básicas
- Mensurar – validar, com um grupo seleto de personas semelhantes aos clientes finais, se o produto é adequado ao planejado
- Aprender – levantar métricas para justificar dar continuidade ao projeto, incrementá-lo e/ou restaurar um novo.
Onde aplicar:
Diferentes segmentos podem se beneficiar do Lean Startup. Este método é largamente utilizado no desenvolvimento de produtos e mercados, ampliando as suas aplicações além do nicho de tecnologia.
Implementar o Agile exige mudança de mindset corporativo
Vale ressaltar que, para uma empresa se tornar Ágil, primeiro exige a mudança de mindset dos gestores: a estrutura organizacional deve ser realinhada com base ações em etapas e voltadas à colaboração.
O próximo passo, para iniciar novos projetos de valor, é saber quais Frameworks Ágeis são os mais adequados e utilizá-los em conjunto com outras metodologias, como o Design Thinking , Design Sprint e o Lean.
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Leve o mindset Ágil de vez para sua equipe e tenha resultados, como: aumento de produtividade, dinamismo, autonomia do time, produtos com mais qualidade e outros.