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Entenda o que é a Networked Matter e por que ela vem depois da IoT

Se você ainda não ouviu falar do termo, não se preocupe. É um desses conceitos de tecnologia que está sendo discutido principalmente por futuristas, mas que as empresas já devem dar atenção. A Networked Matter é a próxima fase da tecnologia humana.


O que víamos nos filmes de ficção científica já está acontecendo. Vemos drones vencendo guerras, animais e órgãos sendo clonados, pessoas usando próteses que obedecem o cérebro, objetos de nossa casa “ganhando vida”, robôs e carros autônomos começando a ser vendidos.

Mas isso é – por incrível que pareça – só o começo. Alguns especialistas do Institute for The Future visualizam a biotecnologia se deslocando mais para o centro das prioridades, deixando a IOT como uma coisa já mais comum.
Vamos então ao conceito:
    Todas as tecnologias atuais como a Robótica (AI), IOT, Virtual Reality, NanotecnologiaBiotecnologia, tendem a partir de agora a evoluir colaborativamente, se fundindo no que em breve conceituaremos de Networked Matter – ou Matéria Interconectada.
Imagine um médico fazendo uma cirurgia remotamente usando um óculos de realidade virtual e um controle nas mãos. Visualize não só uma cidade inteligente (smart cities), mas uma cidade realmente viva e interconectada, onde os objetos e até a fauna e flora se adaptem às mudanças. As conexões dessas tecnologias vão crescer exponencialmente, enquanto entendemos o potencial e as suas possíveis aplicações, que já são assustadoras.
Por mais excitante que seja pensar nas possibilidades, é preciso manter os pés no chão, e se preocupar também com algumas questões éticas que tendem a aparecer, principalmente a explosão da insegurança individual e as questões éticas da dominância do homem na biologia.

Insegurança Individual

Pra começar a explicar a questão da segurança, é válido jogar a carta da Lei de Moore, que explica que a tecnologia cresce exponencialmente, ou seja, se em 1990 tínhamos super-computadores que cabiam em um andar inteiro, hoje temos um dispositivo 100 vezes mais rápido e 1 milhão de vezes mais barato, dentro do nosso bolso.

Alguns futuristas como Ray Kurzweil no seu livro Singularity is Near, vão ainda mais longe, e projetam que um dia os humanos simplesmente não morrerão mais. Se hoje temos todo esse poder de fogo na tecnologia, imagine em 2021, ou em 2100.

E pra ilustrar mais ainda o crescimento tecnológico, Jason Silva, em sua excepcional palestra Nós Somos os Deuses Agora, lembra que 90 anos atrás alguém teve um sonho de voar e hoje todos estamos voando de um lado para o outro, mandando mensagens, nos comunicando com todas as partes do planeta instantaneamente enquanto atravessamos oceanos pelo ar.

O grande problema aqui não é o crescimento da tecnologia, mas sim o fraco crescimento do poder de segurança nessas novas tecnologias, que não cresce na mesma escala. Estamos sempre um passo atrás tanto nos debates quanto nas técnicas de segurança. O Uber como exemplo: primeiro criou-se toda uma ideia, colocou em prática, e só depois de quase 1 ano de empresa consolidada que começaram a aparecer os debates sociais e políticos.

Ou pior: os drones, que já estão sendo usados nas guerras, mas ainda não existem legislações internacionais nem formas de identificar os autores. Na atual guerra do oriente médio por exemplo, um drone americano pode muito bem enviar um míssil errado para o lado russo e ninguém ficar sabendo a origem.

As tecnologias crescem exponencialmente, mas os sistemas de segurança e os debates éticos e políticos infelizmente não evoluem na mesma proporção, e isso é alarmante.

E os problemas de segurança aumentam com questões como o sigilo das informações do usuário na internet e em qualquer sistema novo que surgir (Spotify, Uber, Facebook, etc… ) e até mesmo com o com o simples deslocamento do cidadão nas cidades, que estão ficando cada vez mais inteligentes. Já existem câmeras desenvolvidas pelos japoneses por exemplo, que identificam pessoas pela forma de andar e correr.

Questões éticas na Biologia

Já no aspecto biológico a tendência é piorar, bastante. Faremos upgrade do nosso software da mesma forma que o do nosso Smartphone. Imagine grupos de nano robôs – invisíveis a olho nu – percorrendo um rio, atravessando um país, devastando plantações e criações inteiras de animais.

Se já existem pessoas e organizações que agem de má fé (tentando adquirir bombas nucleares por exemplo), poderão muito bem tentar hackear veículos ou sistemas robóticos com a pior das intenções. Pense em criações inteiras de gado ou peixes sendo tratadas por micro células robóticas, curando doenças e os monitorando diretamente através da corrente sanguínea, e por que não nos humanos? Imagine só a quantidade de informação que terão essas empresas ao conseguirem entrar nos organismos…

Networked Matter vem aí, impulsionada pela imensa força da natureza humana em evoluir, e temos de nos preocupar. Essa busca desenfreada pela imortalidade, pelo aumento do nosso potencial, das ferramentas e do poder de fogo, pode começar a nos trazer problemas bem maiores do que um simples stress…

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