Como evitar desperdícios nas empresas usando Metodologia Lean
Desperdício não é uma palavra bem-vinda no mundo dos negócios. Mas é possível evitar que aconteça? E como propor melhorias, para que não volte a ocorrer?
As metodologias ágeis são um assunto recorrente aqui no blog da MJV. Mas, hoje, queremos chamar a sua atenção para uma das filosofias mais famosas nesta frente: a metodologia Lean.
Quando o assunto é reduzir desperdícios de recursos, seja de mão de obra, tempo ou ferramenta, não tem para ninguém. Essa metodologia, que nasceu há boas décadas, continua sendo a campeã.
Se você quer saber mais sobre ela e entender como é possível usá-la na sua empresa para obter uma gestão mais enxuta e processos otimizados, chegou a hora!
O que é Lean?
Embora o Lean já seja uma filosofia bastante difundida no mundo dos negócios, é comum que algumas pessoas ainda não a dominem totalmente ou tenham dúvidas sobre o seu real significado.
Por isso, vamos começar pela definição: o Lean é uma metodologia ágil de gestão inspirada nas práticas adotadas pela Toyota em meados dos anos 70, que tem como foco o uso mais inteligente de recursos.
Basicamente, o objetivo principal do Lean é a identificação e eliminação eficiente de desperdícios e gargalos, a fim de tornar os processos (ou até mesmo um projeto) mais enxutos.
É essa mentalidade, por sua vez, que garante a entrega de valor para o consumidor ao final de toda a jornada.
Como a metodologia Lean funciona?
Agora que já esclarecemos o que é o Lean, vamos explicar o seu funcionamento de uma forma mais prática.
Bom, a primeira coisa que você precisa saber é que a metodologia Lean se baseia em alguns pilares específicos. Mais precisamente, em cinco:
1. Valor: o princípio número 1 do Lean é entender o que é valor na perspectiva do cliente.
É a partir desse mapeamento que as mudanças são feitas. Afinal, oferecer algo que o cliente não está disposto a comprar ou empregar esforço em processos que não trazem valor para ele são tidos como desperdícios.
2. Fluxo de valor: uma vez definido o que é valor para o cliente, o próximo passo é mapear o fluxo de trabalho da empresa a fim de identificar quais são as etapas que realmente agregam valor ao produto/serviço. Assim, ficará mais fácil entender quais são os desperdícios que precisam ser eliminados.
3. Fluxo Contínuo: o terceiro pilar do Lean consiste, basicamente, na criação de um fluxo de trabalho à prova de interrupções/gargalos. Aqui, a premissa é atender as expectativas do cliente da forma mais ágil possível.
4. Produção Puxada: outra premissa importante, dentro do Lean, é produzir apenas o que o cliente demandar (com qualidade e no tempo, porém sem excessos ou desperdícios).
5. Perfeição: por último, o Lean também se baseia na busca pela perfeição. Isso é feito por meio da melhoria contínua de processos, pessoas, serviços e tudo o mais que estiver inserido nesse ecossistema.
Quais os benefícios de aplicar a metodologia na sua empresa?
É bem provável que, a essa altura, os benefícios da metodologia Lean já tenham começado a ficar claros na sua cabeça, certo?
Mas, para minimizar as dúvidas, resolvemos listar abaixo as principais vantagens que uma gestão enxuta pode trazer, são elas:
- Ganho de eficiência em vários processos;
- Melhor aproveitamento dos recursos organizacionais;
- Entrega de produtos ou serviços de maior qualidade;
- Aumento de produtividade dos colaboradores;
- Melhora do time-to-market (tempo que leva desde a concepção de um produto até ele estar disponível para o mercado).
- Aumento dos lucros da empresa.
Viu só? Motivos é que faltam para investir nessa filosofia.
Ao final deste artigo traremos algumas dicas práticas de como isso pode começar a ser feito. Mas, antes, queremos te apresentar mais um conceito importante do Lean.
Entenda o desperdício lean e conheça os principais
Como já dissemos, o modelo Lean age em diferentes tipos de desperdício. Por isso, não poderíamos deixar de apresentar quais são eles e como evitá-los.
Acompanhe:
1 – Defeitos e retrabalho
Defeitos e erros são grandes fontes de desperdício nos negócios, já que levam ao retrabalho.
Refazer o que já foi feito geralmente demanda novos investimentos em recursos, matéria-prima, logística de transporte, etc. Ou seja: o retrabalho é sinônimo de aumento dos custos da produção.
Para evitar problemas nessa frente, o ideal é focar no controle de qualidade, evitando as falhas que se transformarão em fontes de erro e consequente retrabalho.
2 – Excesso de produção
Esforços empregados sem estratégia, apenas para “agradar” o cliente, podem aumentar os custos e não, necessariamente, entregar mais valor ao consumidor.
Quando uma empresa implementa muitos processos, em especial os burocráticos e que não podem ser percebidos pelo cliente, é bem provável que eles aumentem o tempo e custo final de produção.
Para evitar o super processamento, a organização deve estudar os processos e fluxos de trabalho, mensurando o quanto cada atividade influencia no resultado final.
Também é importante analisar quanto esforço pode ser percebido como valor pelo cliente final!
3 – Processamento impróprio
São os defeitos ou limitações que afetam o processamento, ou seja, que fazem com que a produção pare ou passe a se desenvolver de forma muito lenta. Como, por exemplo, a parada não programada de um equipamento.
Quando questões como essas acontecem, geralmente elas também implicam em processos extras. Afinal, é preciso se virar nos 30 para “apagar incêndios”.
Para evitar este tipo de desperdício, a dica é investir em manutenção e garantir que a equipe possua equipamentos corretos para o desenvolvimento de suas atividades.
4 – Movimentos desnecessários
É o desperdício que ocorre com o trânsito de pessoas que não precisaria existir. Esse é o caso quando o colaborador precisa se movimentar para concluir etapas do desenvolvimento, como, por exemplo, participar de reuniões em outro prédio da corporação.
Para coibir a movimentação desnecessária, é preciso repensar as estratégias de comunicação, evitando, entre outros deslocamentos, as reuniões que poderiam ser resolvidas com um e-mail bem redigido.
5 – Transporte
É o tipo de desperdício que ocorre quando existe algum tipo de logística necessária para que o passo seguinte do processo seja iniciado, como a movimentação de produtos ou pessoas entre localidades.
O correto é que, ao longo do processamento, o transporte aconteça em uma única direção, a caminho do cliente final.
Para que não haja nenhum tipo de movimentação desnecessária, é preciso investir em processos logísticos (de transporte, estoque, etc) bem estruturados.
6 – Excesso de estoque
Acontece quando uma empresa produz produtos além da capacidade de venda imediata.
Além de necessitar de espaço para armazenamento, o estoque em excesso pode ser danificado, se tornar obsoleto com o passar do tempo ou ultrapassar o prazo de validade (dependendo do que será comercializado).
Para o Lean, o ideal é evitar manter estoque além da demanda, tanto do produto final, quanto de matéria-prima, já que os efeitos danosos ao processo são os mesmos.
Outra questão é que quanto menos estoque houver, menor será o esforço necessário para resolver algum problema que possa surgir nessa frente (como um lote defeituoso, por exemplo).
7 – Intelectual (Pessoas)
É o desperdício de capital humano. Acontece quando o colaborador é subutilizado, exercendo funções aquém da sua capacidade.
Profissionais constantemente estimulados produzem mais e melhor, logo, talentos desperdiçados não terão a mesma produtividade. Este tipo de desperdício não é tão perceptível quanto os outros, mas afeta diretamente a produtividade e a qualidade final da produção.
A gestão por competências pode solucionar este tipo de desperdício, pois ajudará a alocar os colaboradores de acordo com os objetivos da empresa.
8 – Espera
É o tempo de espera que o cliente final não enxerga como valor.
Por exemplo, quando o consumidor encomenda um produto feito sob medida, sabe que vai aguardar mais para receber um produto exclusivo e de máxima qualidade.
Por outro lado, o atendimento em um fast food precisa estar de acordo com o que se propõe: entregar lanches em um espaço curtíssimo de tempo.
Eliminar o tempo de espera, que não agrega valor, é possível quando não há ruídos na comunicação interna. Sincronizar tarefas e colocar em prática a priorização também são medidas que ajudam a evitar que o desperdício de tempo chegue ao consumidor final.
5 dicas para evitar desperdícios nas empresas
Se você chegou até aqui, já está familiarizado com os principais conceitos que moldam a metodologia Lean.
Mas, antes de nos despedirmos, queremos deixar aqui algumas dicas adicionais que podem ajudá-lo na hora de adotar uma gestão enxuta:
- Tenha sempre claro o que é valor para o seu cliente;
- Realize mapeamentos frequentes para identificar quais são os maiores desperdícios da empresa;
- Estabeleça metas que incentivem à economia de recursos;
- Realize treinamentos que conscientizem os colaboradores sobre a importância de processos mais enxutos (em todas as frentes);
- Mantenha o ambiente de trabalho sempre limpo e organizado.
Se você gostou de saber mais sobre o Lean e entendeu que essa metodologia pode ser útil para a sua empresa, que tal continuar se aprofundando? Acesse gratuitamente o nosso E-book completo sobre o assunto!
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