Lean inception: conheça a metodologia por trás de um MVP de sucesso
Uma combinação eficaz entre Design Thinking e Lean Startup, o Lean Inception possibilita uma visão clara sobre o produto a ser desenvolvido.
Quem empreende há algum tempo sabe bem que validar o potencial de uma ideia antes de investir muito dinheiro faz toda a diferença. E é justamente neste contexto que a metodologia de Lean Inception se destaca.
Se você ainda não ouviu falar sobre esse termo, saiba que ele possui fortes influências das metodologias ágeis e do conceito de Lean Startup, que visa eliminar práticas de desperdício e aumentar ações de produção de valor durante a fase de desenvolvimento de um produto ou serviço.
Quer saber mais sobre o assunto e entender como a metodologia de Lean inception pode fazer a diferença na hora de tirar um projeto do papel? Então vem com a gente!
O que é Lean Inception
Para entender bem o que é Lean Inception, é importante que, primeiramente, você compreenda o conceito de MVP. Então vamos começar por aí…
A sigla MVP vem do termo Minimum Viable Product ou Mínimo Produto Viável, em português. No mundo dos negócios, um MVP nada mais é do que uma versão mais simples e enxuta de um produto, que empregue o mínimo de recursos (tempo e dinheiro) e permita testar a aceitação dele no mercado.
Colocar esse conceito em prática é algo que, sem dúvida nenhuma, exige bastante criatividade, raciocínio e organização. E é por ajudar a direcionar as equipes pelo caminho certo nesta hora, que o Lean Inception tem feito cada vez mais sucesso.
Essa metodologia foi desenvolvida pelo consultor e especialista em práticas ágeis e Lean, Paulo Caroli, e citada pela primeira vez, em 2019, no seu livro “Lean Inception: Como Alinhar Pessoas e Construir o Produto Certo”.
Definição
Na publicação, Caroli explica que o Lean Inception é a combinação eficaz do Design Thinking e do Lean Startup para decidir o MVP.
Trata-se de um workshop colaborativo, dividido em várias etapas e atividades, que visam alinhar o entendimento das áreas de negócios e técnicas e, assim, direcioná-las na construção do produto ideal.
Em outras palavras, o Lean Inception deve ser o primeiro passo na construção de qualquer projeto, já que possibilita uma visão mais clara sobre o produto a ser desenvolvido, assim como das hipóteses que precisam ser validadas e os objetivos que precisam ser atingidos para que isso aconteça.
Quando o Lean Inception entra em jogo, portanto, a missão principal é definir as funcionalidades centrais que tornam um produto viável, validando as hipóteses levantadas.
Assim, é possível reduzir a perda de tempos e de recursos com o desenvolvimento de elementos secundários.
Quem são as pessoas envolvidas na metodologia?
Podendo ser usado tanto em projetos grandes quanto pequenos, o Lean Inception busca manter um alinhamento entre todas as pessoas e equipes envolvidas em torno de um mesmo entregável.
Isso significa que ele pode envolver desde os membros ativos do time de produto, como gerentes de projetos, desenvolvedores e scrum masters, até stakeholders.
O mais importante é que haja um facilitador no grupo, ou seja, uma pessoa que possua experiência no processo e possa explicá-lo, de forma neutra, a todos os participantes.
Como o Lean Inception funciona na prática?
Agora que você já sabe o que é Lean Inception, chegou a hora de ver como essa metodologia é colocada em prática, não é mesmo?
A primeira coisa que você deve ter em mente aqui é que o Lean Inception deve ser feito bem no começo do projeto, quando há apenas um esboço do produto em mente.
A partir daí, será preciso reunir todos os envolvidos em um ou mais dias, em um local equipado com quadros, post-its, canetas e folhas A4 – isso considerando, é claro, um Lean Inception presencial.
Ao longo dos encontros, os participantes deverão passar por seis etapas principais, que serão explicadas com mais detalhes na sequência:
1. Visão e objetivos do produto
O primeiro passo do workshop é construir a visão do produto. Isso significa definir questões como:
- Para quem é o produto;
- Quais problemas ele resolve;
- Quais os benefícios que ele entrega;
- O que o diferencia da concorrência.
Essa visão mais aprofundada tornará mais fácil a definição do objetivo principal que se espera alcançar no projeto.
2. Personas
Todo produto é feito para alguém, certo? E, sem sombra de dúvidas, estar por dentro das necessidades do público que o seu produto deve atingir é fundamental no processo de validação de ideias.
É justamente para isso que a segunda etapa do Lean Inception serve: construir detalhadamente o perfil do seu cliente ideal, incluindo as motivações, desejos, expectativas, medos, frustrações e necessidades dele. No Design Thinking, isso é o que chamamos de personas.
3. Funcionalidades
Na sequência, será o momento de descrever as funcionalidades que o produto deve ter para:
- Atender ao principal objetivo definido na etapa 1;
- Atender as necessidades da persona.
Aqui, busca-se também um alinhamento entre as áreas técnicas e de negócios, levando sempre em consideração questões como esforço exigido, experiência do usuário, incertezas e valor potencial do negócio.
4. Jornadas do usuário
Na quarta etapa do workshop, os participantes deverão pensar na jornada do usuário.
Isso significa descrever cada passo que o usuário dará para atender as necessidades dele com o seu produto, considerando o que acontece antes, durante e depois dessa interação.
Ao desenhar a jornada do usuário ficará mais fácil visualizar se há funcionalidades que estão faltando ou sobrando.
5. O sequenciador de funcionalidades
Após passar pelas etapas anteriores, o grupo já estará apto a construir o sequenciador de funcionalidades, ou seja, uma lista de todas as tarefas que auxiliará na organização e visualização das funcionalidades e da sequência de liberação de entrega incremental do MVP.
O sequenciador de funcionalidades é formado por várias etapas de desenvolvimento, nas quais podem ser adicionadas, no máximo, três features. Neste conteúdo publicado pelo desenvolvedor da metodologia, Paulo Caroli, é possível conhecer mais sobre as regras do sequenciador.
6. O Canvas MVP
Por último, os participantes do workshop deverão criar um quadro visual, chamado de Canvas MVP, que ajudará a validar as ideias levantadas sobre o produto.
Segundo Caroli, o Canvas MVP deve ser preenchido considerando os seguintes aspectos:
- Proposta do MVP;
- Personas segmentadas (para quem é o MVP e se é possível segmentar e testar este MVP em um grupo menor);
- Jornadas atendidas ou melhoradas com o MVP;
- Funcionalidades a serem construídas no MPV;
- Resultado esperado;
- Métricas para validar as hipóteses do negócio;
- Custo e cronograma previstos para a entrega do MVP.
Metodologia para todos os tipos de projetos
Ao percorrer todas as etapas listadas acima, o Lean Inception ajuda a garantir uma boa interação entre todos os envolvidos no projeto e, assim, agilizar o MVP.
Vale destacar que esse conceito se aplica aos mais diversos tipos de projetos e empresas, dos menores aos mais complexos.
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